Uso da maconha dobra o risco de morte cardíaca e aumenta chance de infarto e AVC, diz estudo com 200 milhões de pessoas 

1. Introdução 

Embora muitas pessoas considerem erroneamente a maconha uma substância leve ou inofensiva, um estudo recente mostrou que seu uso pode também trazer sérios riscos à saúde do coração e do cérebro. 
Publicado na revista científica Heart em 2025, o estudo analisou dados de aproximadamente 200 milhões de pessoas e concluiu que o consumo de cannabis aumenta significativamente o risco de infarto, AVC e morte por causas cardiovasculares

2. Principais descobertas 

  • Infarto (ataque cardíaco)
    Aumento de 29% no risco 
    (Risco Relativo – RR: 1,29; Intervalo de Confiança – IC 95%: 1,05–1,59
  • AVC (derrame cerebral)
    Aumento de 20% no risco 
    (RR: 1,20; IC 95%: 1,13–1,26
  • Morte cardiovascular
    Mais que o dobro do risco 
    (RR: 2,10; IC 95%: 1,29–3,42
  • Os efeitos adversos foram mais pronunciados em usuários que consumiam cannabis por via inalatória, como fumo ou vaporização, sugerindo maior exposição cardiovascular aguda. 

3. O que isso significa na prática? 

Esses dados mostram que o coração e o cérebro de quem usa cannabis estão em perigo real

🔸 Um risco 29% maior de infarto significa que, em 100 pessoas que não usam, se 10 têm um infarto, entre usuários esse número pode subir para 13. 

🔸 O dobro do risco de morte por problemas no coração significa que, se entre não usuários 10 morrem por isso, entre usuários podem ser 20. 

4. Interpretação científica 

A meta-análise de Storck et al. (2025) avaliou 24 estudos observacionais de grande escala, com amostras diversas, utilizando métricas padronizadas de risco relativo. 

Apesar da heterogeneidade metodológica esperada em estudos populacionais, os resultados foram estatisticamente robustos e consistentes. O uso de cannabis demonstrou associação clara com aumento de eventos cardiovasculares, sugerindo um novo marcador de risco populacional, especialmente entre adultos jovens. 

5. Conclusão 

A cannabis, embora normalizada em muitos contextos, não é uma substância segura, mas nociva. O estudo demonstra que ela aumenta significativamente a probabilidade de eventos cardiovasculares graves, especialmente por via inalatória e em altas concentrações de THC. 

⚠️ A não legalização, a prevenção, a abstinência e o acompanhamento profissional seguem como as medidas mais eficazes para proteger a saúde. 

6. Referência 

STORCK, W. et al. Cardiovascular risk associated with the use of cannabis and cannabinoids: a systematic review and meta-analysis. Heart, [S.l.], v. 0, p. 1–10, 17 jun. 2025. Disponível em: https://heart.bmj.com/content/early/2025/06/17/heartjnl-2024-325429. Acesso em: 22 jun. 2025. DOI: 10.1136/heartjnl-2024-325429. 

7. Autor 
 
Rolf Hartmann. Cofundador e atual presidente da Cruz Azul no Brasil, atua desde 2008 como tesoureiro do Network Committee (Diretoria) da International Blue Cross (IBC), com sede na Suíça. É vice-presidente da CONFENACT – Confederação Nacional de Comunidades Terapêuticas. Professor do curso de Pós-Graduação em Dependência Química e Comunidade Terapêutica da Faculdade Luterana de Teologia. Em nível municipal, é conselheiro do Conselho Municipal de Políticas sobre Drogas (COMEN), em Blumenau (SC). 

Confira abaixo o artigo original:

Deixe seu comentário